sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Quando matar não é crime e nem pecado


Ao contrário do que muitos pensam, o 6º mandamento - "Não matarás" - não é uma tácita e absoluta proibição de matar, independentemente da situação. Ou seja, em determinados casos não é pecado matar. Em determinadas situações é até necessário e recomendável matar.

Pode parecer paradoxal, mas o principal objetivo do 6º mandamento é proteger a vida. Sem essa Lei de Deus escrita e gravada no coração do homem não sobraria ninguém pra "contar a história". Ou seja, os homens se matariam uns aos outros. A proibição é para que o cidadão, individualmente, não tire a vida do outro de forma banal, isto é, para que ele não cometa assassinato, não faça justiça com as próprias mãos e sem um julgamento justo e competente.

Matar alguém significa sempre e necessariamente ter cometido um assassinato? Evidentemente que não. Isso parece já ter ficado claro. A palavra assassinato está diretamente relacionada a crime. Matar alguém em legítima defesa, por exemplo, não é um crime, logo, não é um assassinato. Mas há outras situações em que matar não se constitui nem crime nem pecado. Numa guerra justa, por exemplo, matar o inimigo também não constitui um erro, um crime, um pecado.


Para ilustrar o título dessa postagem, utilizaremos o desfecho trágico de uma tentativa de assalto a uma farmácia, na cidade de Garanhus, no agreste Pernambucano, no dia 14/03/11. Veja no dramático vídeo abaixo:



O policial que salvou a vítima e MATOU o marginal com um tiro certeiro na cabeça cometeu um assassinato? Incorreu no pecado contra o 6º mandamento, que ordena "não matar"? Evidentemente que não. Ninguém o acusará disso, antes, pelo contrário, o policial, provavelmente, será condecorado. Ele era um legítimo representante do Estado naquele momento. Essa morte não deve ser creditada na sua conta pessoal e sim na do Estado que nada mais estava fazendo que o seu papel de "proteger" a vida de seus cidadãos.


O policial puxou o gatilho da arma, mas não cometeu nenhum crime. Nem mesmo incorreu em desobediência ao 6º mandamento. Erraria se fosse omisso e se essa omissão culminasse com o marginal tirando a vida da vítima. Isso deixa claro que nem sempre "matar é um crime ou pecado". Matar para proteger a própria vida, de uma vítima indefesa e de toda a coletividade é, inclusive, louvável.

Nesse sentido, chamamos a atenção para a legitimidade e responsabilidade do Estado em eliminar assassinos cruéis, frios e calculistas, após justo julgamento, prestigiando e protegendo a vida da coletividade. O filósofo Tomás de Aquino costumava dizer que "assim como é justo amputar um membro do corpo que foi acometido por um câncer para salvar todo o resto, também justo é eliminar certos elementos para proteger e preservar toda a sociedade".






quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A vida de alguém em suas mãos...


Imagine...
De repente você é um 'sniper' da polícia militar de seu Estado e está 'plantado' em um terraço com seu M-16 automático com silencioso, apontando, lá em baixo, para a cabeça de um delinquente enlouquecido pelas drogas, carregando uma pistola 380 em uma das mãos; na outra uma criança inocente, filha de algum pai ou mãe desesperado, servindo de escudo vivo para o tal meliante sanguinário disposto a qualquer coisa para se livrar da situação terrivelmente estressante e avassaladora. Você não pode piscar os olhos em momento errado; sua concentração tem que ser total, pois uma vida inocente pode depender de uma decisão sua - talvez uma decisão mortal. Por segundos você lembra das palavras que já cansou de ler na Bíblia: "Não matarás", mas também lembra que os mesmos homens e leis que tem autoridade dada por Deus sobre a vida dos cidadãos do seu país, inclusive a sua, lhe deram ordens e respaldo para que você cumprisse sua tarefa com dignidade. O bandido lá em baixo segura a criança com violência, apontando-lhe a pistola de forma angustiante; aqui em cima o seu dedo permanece firme aguardando a ordem fatídica. Seu coração treme de receios pela vida da criança e talvez pela alma do jovem atormentado que habitará lugares horríveis caso você precise atirar. A imprensa à postos; todos assistem de suas casas como um 'big-brother' ridículo, aguardando o clímax daquele show nojento onde a maioria torce para que seja com a maior quantidade de sangue possível. Você apenas pede a Deus para que acabe logo - e sem vítimas fatais. Você tem no campo de visão a imagem dos pais do menino, contidos pela linha de segurança da polícia, abraçados em agonia com outro filhinho menor. Em determinado momento o meliante drogado põe a arma no testa da criança; você ora a Deus por todos. Seu dedo está fixo e a arma preparada. Todos gritam lá em baixo. sinal verde para atirar. O estampido seco. A bala parece sair, cuspida em lentas imagens. Um solavanco e partes do cérebro voam espalhados pelo chão. Dois corpos caem no vazio de um momento triste. A criança cai sobre o cadáver e diante dos flaches das câmeras. Os pais correm junto apoliciais e bombeiros. Braços envolvem a criança que chora convulsivamente, porém sem um arranhão. Aplausos da multidão ao perceberam que a criança está a salvo e junto com seus pais. Lá em cima você recolhe e desmonta sua M-16. Sua missão foi cumprida com êxito, infelizmente com necessidade da morte do jovem meliante drogado - mas a criança inocente está viva!

Logo mais você chega em sua casa e abraça seus filhos como se fosse a última vez em sua vida - e de uma forma intensa. Chegam as lágrimas sob seus olhos e apenas um pedido: Deus me perdoe pela vida que tirei hoje. Foi necessário, não tive outra alternativa! - você diz - Amanhã pode acontecer novamente, pois o futuro Lhe pertence meu Pai! Seu coração agora está tranquilo e aliviado pelo perdão incondicional e por saber que você apenas cumpriu ordens e seguiu a orientação de seus superiores - esses mesmos que foram estabelecidos por Deus. Você deu a Cesar o que é de Cesar; agora dê a Deus o que é de Deus.