quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A vida de alguém em suas mãos...


Imagine...
De repente você é um 'sniper' da polícia militar de seu Estado e está 'plantado' em um terraço com seu M-16 automático com silencioso, apontando, lá em baixo, para a cabeça de um delinquente enlouquecido pelas drogas, carregando uma pistola 380 em uma das mãos; na outra uma criança inocente, filha de algum pai ou mãe desesperado, servindo de escudo vivo para o tal meliante sanguinário disposto a qualquer coisa para se livrar da situação terrivelmente estressante e avassaladora. Você não pode piscar os olhos em momento errado; sua concentração tem que ser total, pois uma vida inocente pode depender de uma decisão sua - talvez uma decisão mortal. Por segundos você lembra das palavras que já cansou de ler na Bíblia: "Não matarás", mas também lembra que os mesmos homens e leis que tem autoridade dada por Deus sobre a vida dos cidadãos do seu país, inclusive a sua, lhe deram ordens e respaldo para que você cumprisse sua tarefa com dignidade. O bandido lá em baixo segura a criança com violência, apontando-lhe a pistola de forma angustiante; aqui em cima o seu dedo permanece firme aguardando a ordem fatídica. Seu coração treme de receios pela vida da criança e talvez pela alma do jovem atormentado que habitará lugares horríveis caso você precise atirar. A imprensa à postos; todos assistem de suas casas como um 'big-brother' ridículo, aguardando o clímax daquele show nojento onde a maioria torce para que seja com a maior quantidade de sangue possível. Você apenas pede a Deus para que acabe logo - e sem vítimas fatais. Você tem no campo de visão a imagem dos pais do menino, contidos pela linha de segurança da polícia, abraçados em agonia com outro filhinho menor. Em determinado momento o meliante drogado põe a arma no testa da criança; você ora a Deus por todos. Seu dedo está fixo e a arma preparada. Todos gritam lá em baixo. sinal verde para atirar. O estampido seco. A bala parece sair, cuspida em lentas imagens. Um solavanco e partes do cérebro voam espalhados pelo chão. Dois corpos caem no vazio de um momento triste. A criança cai sobre o cadáver e diante dos flaches das câmeras. Os pais correm junto apoliciais e bombeiros. Braços envolvem a criança que chora convulsivamente, porém sem um arranhão. Aplausos da multidão ao perceberam que a criança está a salvo e junto com seus pais. Lá em cima você recolhe e desmonta sua M-16. Sua missão foi cumprida com êxito, infelizmente com necessidade da morte do jovem meliante drogado - mas a criança inocente está viva!

Logo mais você chega em sua casa e abraça seus filhos como se fosse a última vez em sua vida - e de uma forma intensa. Chegam as lágrimas sob seus olhos e apenas um pedido: Deus me perdoe pela vida que tirei hoje. Foi necessário, não tive outra alternativa! - você diz - Amanhã pode acontecer novamente, pois o futuro Lhe pertence meu Pai! Seu coração agora está tranquilo e aliviado pelo perdão incondicional e por saber que você apenas cumpriu ordens e seguiu a orientação de seus superiores - esses mesmos que foram estabelecidos por Deus. Você deu a Cesar o que é de Cesar; agora dê a Deus o que é de Deus.

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